dizem por aí que não ando bem
queimei o arroz
passei do ponto
perdi a hora
perco tudo, às vezes parece que perco a memória
bate uma brisa e leva tudo
esqueço do arroz
da dor e do amor
e deixo pra depois
esqueço que não ando bem
e fico feliz
( Queila e Rui )
sábado, 28 de novembro de 2009
a luta do guerreiro / corpo x alma
Uma alma despejada procura um novo lar
Em campo aberto, somos vulneráveis
Qualquer canhão, qualquer flecha é letal
Ferido, o esnobe torna-se humilde
Eis aqui o guerreiro. Imprudente, imperito
Derrotado, humilde e sobras de orgulho
Contradições de estruturas complexas
Finge não ter dor, não ter ferimento
Não é ator, é confuso
Confusão que compromete atos
E transparece as intenções
Confuso, o guerreiro não sabe se se entrega ou se foge
aí trava-se outra batalha:
o corpo e a alma
corpo cansado, quer cair e sentir
alma cansada, quer fugir e transcender
Em campo aberto, somos vulneráveis
Qualquer canhão, qualquer flecha é letal
Ferido, o esnobe torna-se humilde
Eis aqui o guerreiro. Imprudente, imperito
Derrotado, humilde e sobras de orgulho
Contradições de estruturas complexas
Finge não ter dor, não ter ferimento
Não é ator, é confuso
Confusão que compromete atos
E transparece as intenções
Confuso, o guerreiro não sabe se se entrega ou se foge
aí trava-se outra batalha:
o corpo e a alma
corpo cansado, quer cair e sentir
alma cansada, quer fugir e transcender
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
O fim de uma raça.
Passou um tempo desde a última catástrofe. Havia cicatrizes na alma das pessoas, mas a vida continua, mesmo que alguns insistam em sentir o passado - por alegria ou tristeza - o tempo segue em frente. Era um mundo novo; novas terra, novas potências, nova economia, novas religões, ciência, conceitos e filosofias - claro, tudo com resquício do antigo, nada de totalmente novo surge, sempre há uma mistura com o passado. Enfim, novos paradigmas, novo modo de viver.
Ana estava observando o céu, um céu com azul fosco, em nada lembra o azul vivo que lera nos livros; imaginou como seria. Lembrou de um livro do ano de 1997 no qual a autora dizia ter lembranças de outras vidas, e que o céu de sua época era morto, em nada lembrava o azul pulsante de suas vidas passadas. Ana imaginou como seria o céu em 1997, se era como via nas fotos ou se seria mais real, mais emocionante. Depois da grande noite o céu perdeu muito de sua vida; três dias de noite contínua alterou a estrutura da terra e das pessoas. Ana era nova mas lembrava; desespro, suicído em massa, muitas orações; dias dificeis.
Já tinha observado o suficente. Hora de ir trabalhar. Usou mais uma vez seu cilindro de oxigênio, vestiu a máscara e saiu de casa. O ar era muito poluído. O homem não souber preservar a terra que se tornou um lugar muito difícil de se viver.
Andando pela rua Ana percebeu algumas pessoas olhando para o alto, virou-se para olhar e ficou surpresa. Havia algo brilhando, como um segundo sol. Ficou com medo do que iria acontecer dessa vez. Muitas catástrofres e acontecimentos estranhos ocorreram ao longo do século. Lembrou de uma música antiga que dizia assim: "quando o segundo sol chegar...". Certa vez leu a história da composição da música. O autor tinha uma amiga esotérica que disse que um dia um segundo sol surgiria no céu; no início ele ironizou e disse:
- Como assim? Mas a Nasa e os governos não disseram nada.
Depois repensou a questão e fez a música, em respeito a crença de sua amiga.
Não demorou e todas as pessoas foram pra rua ver o que estava acontecendo. Alguns tinham a esperança de ser um novo começo, outros com o medo de ser o fim. O governo pedia calma nos meios de comunicação, mas pouco adiantava.
Uma mulher se aproximou de Ana e disse:
- É o fim, agora falta pouco. Este é o tal planeta X que muitos falaram, deram diversos nomes, e hoje se faz visível. É este. Enfim, chega o fim de mais uma raça. No futuro nossa humanidade será só uma lenda. A história de um povo que foi destruído por ter ser tornado tão perverso, assim como a Atlântida. Não há muito tempo, não há o que fazer.
Ana olhou aquela mulher, pensou em suas palavras, refletiu. Talvez aquilo fosse o melhor, talvez fosse preciso para poder surgir uma nova humanidade. Para o novo nascer é preciso o velhor morrer.
Ana estava observando o céu, um céu com azul fosco, em nada lembra o azul vivo que lera nos livros; imaginou como seria. Lembrou de um livro do ano de 1997 no qual a autora dizia ter lembranças de outras vidas, e que o céu de sua época era morto, em nada lembrava o azul pulsante de suas vidas passadas. Ana imaginou como seria o céu em 1997, se era como via nas fotos ou se seria mais real, mais emocionante. Depois da grande noite o céu perdeu muito de sua vida; três dias de noite contínua alterou a estrutura da terra e das pessoas. Ana era nova mas lembrava; desespro, suicído em massa, muitas orações; dias dificeis.
Já tinha observado o suficente. Hora de ir trabalhar. Usou mais uma vez seu cilindro de oxigênio, vestiu a máscara e saiu de casa. O ar era muito poluído. O homem não souber preservar a terra que se tornou um lugar muito difícil de se viver.
Andando pela rua Ana percebeu algumas pessoas olhando para o alto, virou-se para olhar e ficou surpresa. Havia algo brilhando, como um segundo sol. Ficou com medo do que iria acontecer dessa vez. Muitas catástrofres e acontecimentos estranhos ocorreram ao longo do século. Lembrou de uma música antiga que dizia assim: "quando o segundo sol chegar...". Certa vez leu a história da composição da música. O autor tinha uma amiga esotérica que disse que um dia um segundo sol surgiria no céu; no início ele ironizou e disse:
- Como assim? Mas a Nasa e os governos não disseram nada.
Depois repensou a questão e fez a música, em respeito a crença de sua amiga.
Não demorou e todas as pessoas foram pra rua ver o que estava acontecendo. Alguns tinham a esperança de ser um novo começo, outros com o medo de ser o fim. O governo pedia calma nos meios de comunicação, mas pouco adiantava.
Uma mulher se aproximou de Ana e disse:
- É o fim, agora falta pouco. Este é o tal planeta X que muitos falaram, deram diversos nomes, e hoje se faz visível. É este. Enfim, chega o fim de mais uma raça. No futuro nossa humanidade será só uma lenda. A história de um povo que foi destruído por ter ser tornado tão perverso, assim como a Atlântida. Não há muito tempo, não há o que fazer.
Ana olhou aquela mulher, pensou em suas palavras, refletiu. Talvez aquilo fosse o melhor, talvez fosse preciso para poder surgir uma nova humanidade. Para o novo nascer é preciso o velhor morrer.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Vidas
Marcelo, 22 anos, 1,80 de altura, pele clara, cabelo loiro, curto, magro, boa aparência. Era uma pessoa complicada, não trabalhava, não estudava. Vivia a reclamar da vida, sempre procurando alguém pra chorar seus lamentos; reclama da vida, da família, da falta de emprego, das desilusões amorosas. Andava sempre em rodas de samba, levava consigo um violão e uns trocados pra bebida. Era uma pessoa muito depressiva, às vezes falava em se matar. Curiosamente, seus amigos eram esperançosos, viam sempre o lado bom da vida, e era estranho como Marcelo convivia com eles, já que as pessoas se atraem por vibrações. Vai ver era um forma de seus amigos fazerem algo por Deus, ajudando ao próximo de alguma forma.
Certa noite, de poucas bebidas, nenhuma mulher e muita depressão, Marcelo resolveu se matar, como já havia pensado outras vezes, mas dessa vez a vontade ganhou força.
Temos vontades más em nós que se manifestam de forma sutíl, é aquela vozinha na cabeça, aquele sentimento estranho, a vontade de matar alguém, a vontade de não viver. Por vezes, a vontade ganha força e terminamos fazendo algo do qual nos arrependemos, e às vezes não tem vota. Quantos são os casos de pessoas que agrediram e até matram alguém num momento de fúria, e depois se arrependeram, profundamente?
Marcelo conseguiu uma arma e se matou. Remoeu-se em seus dramas, seus problemas que não eram problemas, seus complexos, suas frustrações. Colocou a culpa na sociedade, em Deus, etc. Chorou e clamou inocência, sentiu-se vítima do mundo.
Antônio tinha uma banda de rock, uma namorada que amava, fazia faculdade e tinha um ótimo estágio. Foi um adolescente complicado; problemas com a família, com a bebida, com depressão, mas as coisas mudaram, tudo estava dando certo. Estava com muita vontade de viver, tinha esperança na vida. Gostava muito dos seus amigos, todas estavam sempre com o astral pra cima e isso fazia bem pra ele.
Antônio saia tarde da faculdade e numa dessas noites foi surpreendido por um tiroteio, uma bala acertou sua cabeça.
Antônio, 22 anos, 1,80 de altura, pele clara, cabelo loiro, longo, magro, boa aparência. Gostava de viver, tinha muitos planos, mas o curso de sua vida foi interrompido.
Há que diga que a vida é um acaso, outros acreditam que tudo tem motivo. Uns vão dizer que a culpa foi do tráfico, da polícia, da sociedade, etc. Outos vão dizer que tinha que acontecer, era seu destino, seu karma.
Certa noite, de poucas bebidas, nenhuma mulher e muita depressão, Marcelo resolveu se matar, como já havia pensado outras vezes, mas dessa vez a vontade ganhou força.
Temos vontades más em nós que se manifestam de forma sutíl, é aquela vozinha na cabeça, aquele sentimento estranho, a vontade de matar alguém, a vontade de não viver. Por vezes, a vontade ganha força e terminamos fazendo algo do qual nos arrependemos, e às vezes não tem vota. Quantos são os casos de pessoas que agrediram e até matram alguém num momento de fúria, e depois se arrependeram, profundamente?
Marcelo conseguiu uma arma e se matou. Remoeu-se em seus dramas, seus problemas que não eram problemas, seus complexos, suas frustrações. Colocou a culpa na sociedade, em Deus, etc. Chorou e clamou inocência, sentiu-se vítima do mundo.
Antônio tinha uma banda de rock, uma namorada que amava, fazia faculdade e tinha um ótimo estágio. Foi um adolescente complicado; problemas com a família, com a bebida, com depressão, mas as coisas mudaram, tudo estava dando certo. Estava com muita vontade de viver, tinha esperança na vida. Gostava muito dos seus amigos, todas estavam sempre com o astral pra cima e isso fazia bem pra ele.
Antônio saia tarde da faculdade e numa dessas noites foi surpreendido por um tiroteio, uma bala acertou sua cabeça.
Antônio, 22 anos, 1,80 de altura, pele clara, cabelo loiro, longo, magro, boa aparência. Gostava de viver, tinha muitos planos, mas o curso de sua vida foi interrompido.
Há que diga que a vida é um acaso, outros acreditam que tudo tem motivo. Uns vão dizer que a culpa foi do tráfico, da polícia, da sociedade, etc. Outos vão dizer que tinha que acontecer, era seu destino, seu karma.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
"Quando a dor se aproxima
Fazendo eu perder a calma
Passo uma esponja de rimas
Nos ferimentos da alma
O espetáculo não pode parar"
( Cordel do fogo encantado)
Fazendo eu perder a calma
Passo uma esponja de rimas
Nos ferimentos da alma
O espetáculo não pode parar"
( Cordel do fogo encantado)
Vidas e vidas e mais vidas
Muda o figurino
O roteiro continua
Muda o figurino
O roteiro continua
Tramas e mais tramas
Alegrias e dramas
Alegrias e dramas
Escondem uma verdade nua
É tudo um vício
Ilusão no precipício
Ilusão no precipício
Efêmeros amores de rua
Maravilhado pela história
Sem saber que é velha releitura
Sem saber que é velha releitura
Onde repetidamente atua
Liberte-se
Deixe de ser marionete
Liberte-se
Deixe de ser marionete
Conhece a realidade crua
Assinar:
Postagens (Atom)