Entre os vários empecilhos à paixão estão a família, o status, a classe social, a cor, a distância, a religião, as idéias, a idade, os amigos, os inimigos e a roupa.
Ele a encontrou num dia de chuva, embaixo de uma lona, num forró, esperando a chuva passar. Rapaz atirado, sem vergonha e mulherengo; com sua inseparável bicicleta e dois copos de vinho no corpo. Menina tímida, solitária, bem arrumada. Ele puxou assunto e a conversa fluiu. Ele falava muito e ela ouvia bastante, adorou os assuntos loucos daquele rapaz louco naquele dia louco. Era uma quebra de rotina que quase todos esperam, aquele rapaz era diferente de tudo que ela conhecia. Bingo, “namoro”.
Marcaram outro encontro e se encontraram várias vezes, até que a menina notou uma coisa: ele só usava camisas listradas.
Rapaz diferente, com idéias diferentes, algumas eram geniais, interessantes, reflexivas, mas outros eram... um tanto... loucas, de verdade.
Certo dia colocou na cabeça que queria ter uma marca, algo que o lembrasse, e resolve usar apenas camisas listradas. Pensou em usar roupas indianas, mas eram um tanto caras. Seus amigos lhe chamaram de “O rapaz da camisa listrada”. Pois bem, conseguiu o que queria, agora tinha uma marca; claro, vieram as brincadeiras. Deu sorte por não ser chamado de emo, mas as combinações geraram apelidos: Preto com marrom – homem abelha, Preto com branco – irmão metralha, etc. Não ligava pras brincadeiras, era do tipo: falem bem ou falem mal, mas falem de mim.
A menina perguntou se ele tinha feito pacto, promessa ou algo do tipo, ele explicou o motivo, ela não entendeu e disse que era pra ele parar de usar listrado. No encontrou seguinte ela mandou ele escolher, ou usava listrado ou terminava o namoro, ele não levou a sério. No outro encontro ele apareceu novamente com camisa listrada, ela ficou furiosa, só então ele percebeu que ela falava sério. Ela deu o ultimato, ele disse que não pararia de usar, ela terminou o namoro.
Ela adorava o rapaz, gostava de estar com ele, conversar com ele, mas não suportou aquela esquisitice. Entre tantas esquisitices dele, ela implicou com a menos importante. Teve outros namorados, mas nunca esqueceu o rapaz da camisa listrada.
Tempos depois encontrou o rapaz por acaso, em cima da sua inseparável bicicleta. Ele vestia uma camisa azul. Ela logo perguntou o porquê ele não estava de listrado, ele disse que enjoou, assim como um dia enjoou de usar preto, e agora usava todo tipo de roupa.
Seus olhos brilharam ao ver o rapaz, se arrependeu da bobeira que fez, mas já era tarde, não havia mais lugar pros dois, percebeu que perdeu uma grande paixão por conta de um capricho.
Às vezes coisas grandes passam por conta de coisas pequenas.
6 comentários:
É. Que história triste!!É mesmo uma pena que um amor tão lindo se perca por conta de capricho e teimosia. Mas isso acontece mesmo, e muito!
Mas sabe? Tenho pra mim que as coisas são como têm que ser. E se não são é porque não era pra ser. E se tiver que ser, pode passar o tempo que passar, o que é seu vem na sua mão.
Esse é o segredo da serenidade.
Ou não.
bjo Rui!! =)
Uá ... [Expressão significativa em substituição a algum termo do vocabulário chulo que representa excesso de atração e satisfação]
Levarei isso para cantar meninas !
Puxa, triste demais... mas eu adoro camisas listradas e me identifiquei bastante com a imagem, rs... valeu!
Esta garota é muito preconceituosa, não merecia este cara. Ele vai conseguir coisa melhor!
Bjkas
Parabéns para o rapaz de camisa listrada por não ter se rebaixado e por não abrir mão de seu estilo. Provavelmente, depois dessa intolerante ele teve várias outras namoradas, possivelmente melhores e mais abertas a novas idéias.
http://bardoge.blogspot.com/
nossa! q mierda q ela fez :S
eu morreria de arrependimento!
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