quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

As ilusões dos pensamentos e a beleza da realidade.



   Quem precisa de chuva pra inspiração, precisa do verão. A chuva de inverno é fraca e rara, no verão há tempestades, possibilidades de boas metáforas, melhores emoções, mais intensas; a força da tempestade deixa tudo mais profundo.
   Depois de passar a manhã e parte da tarde na casa de um amigo, Mauro resolveu ver o a mar, sentir a energia que dele emana. Sentou-se na calçada, observou o mar, o sol, as pessoas. Entendia que para aproveitar aquilo tudo deveria estar presente, ter consciência o tempo de todo de quem era, de onde estava, porquê estava ali; precisava estar atento a tudo que estava fora e dentro. Enquanto durou, foi maravilhoso, pode aproveitar cada raio de sol em seu rosto, cada rajada de vento em seus pêlos, cada beleza que passava em sua frente. Entretanto, nossa vontade é fraca, nossa consciência é frágil, basta um fato qualquer e os pensamentos tomam conta.
   Um carro passou e levou Mauro junto. A música que tocava fez com que pensasse numa mulher que gostava, nos momentos que passou com ela, o medo que teve de se declarar, pensou como seria se o tivesse feito, nos beijos, nos abraços; a lembrança dessa mulher o levou a um sítio, um final de semana com os amigos, a possibilidade de um novo encontro, desta vez namorando a tal mulher; a lembraça do sítio o levou a um show que marcou com os amigos no dia seguinte ao sítio, mas não pode ir. A mente nunca pára de trabalhar, foram várias lembranças, desejos, projeções, alegrias, frustrações, pensamentos, etc.
   O céu escuro ainda de dia, ondas batendo, o vento soprando forte, pingos caindo aos poucos e a chuva se fez presente. Mauro nem percebeu os primeiros pingos, os passos apressados das pessoas  fugindo da chuva trouxeram a mente de Mauro de volta. Olhou o céu escuro, as praia vazia, um outro cenário. Enquanto sua mente vivia na ilusão, ele perdeu toda a beleza real que estava em sua volta. Perdeu o Sol passeando no céu, o barulho das ondas, as meninas que passavam ali - uma, inclusice,  o encarou por um bom tempo -, as nuvens negras chegando, os trovões - belos são os trovões, parecem cantar exclusivamente pra alma -, tudo porque o pensamento estava longe, sua alma não estava presente.
   Pôde, ainda, perceber um pouco de tudo aquilo; viu a chuva aumentar, alguns saindo da praia correndo, as meninas molhadas. Sentiu cada pingo caindo. Ficou sentado por um tempo, queria aproveitar um pouco o que a mente havia lhe roubado: toda a beleza de estar ali.
   Levantou-se e foi embora. A chuva e o mar renovam as energias. Estava feliz.

(Queila Maria e Rui Felipe )

18 comentários:

Caroll Maturana disse...

Realmente o mar renova minhas energias e a chuva lava a alma. Mas preciso muito do sol para brilhar!
Bonito texto e interessante blog!

Rodrigo Cavaleiro disse...

Um segundo do gênero, interessantíssimo.
Ainda aprendo, pois apreende a minha mente com a leitura de você[s].

Cristiano Contreiras disse...

parabéns pelo estilo e conceito do blog! te seguirei!

Anakel13 disse...

IMagine perder tudo a todo o tempo...

é mais ou menos assim comigo..

em quem vc se inspirou pra escrever isso msm ??? rsrsrs

Mas é sério cara, perdemos muito tempo na ilusão, e consequentemente toda a beleza que existe ao nosso redor... Concordo plenamente ^^

saulin disse...

poetico!.....

Uvirgilio disse...

É as vezes nos perdemos com uma paisagem e esquecemos tudo a nossa volta, a mesma coisa foi com o seu blog, lendo me perdi no tempo e esqueci tudo a minha volta, parabéns.

Macaco Pipi disse...

MAS UM POUCO DE SONHO É BOM PRA VIVER...

Paulo Tamburro disse...

TUDO BEM?

ESTOU LHE CONVIDANDO PARA CONHECER MEU BLOG DE HUMOR:

"HUMOR EM TEXTO!

É DE GRAÇA !(RS)

UM ABRAÇÃO CARIOCA, FELIZ NATAL E FIQUE COM DEUS!

Editor da Caverna disse...

Excelente texto, rqalmente é difícil ´domar´ a mente, meditar e não se perder em si mesmo, mas permitir uma ´higiene´ mental... A chuva é uma bela forma de nos ´tragar´ para um mundo sem formas, apenas com sentimentos e harmonia...

Belo texto e ótimo blog..

Madame A. disse...

que feliz coincidência.....
também gosto de metáforas, chuvas, tempestades, mares, turbulências....
e mais uma: também escrevi um texto com uma temática bem parecida.
(está no meu blog, se puder leia).

adorei a ambientação da tua escrita.
volto aqui!!!
bjo

Francis Martin disse...

As imagens do texto são ótimas, eu adoro este tipo de narrativa. Devem apenas revisar o texto com atenção antes de publicá-lo e corrigir as inperfeições, tanto gramaticais quanto de digitação.

Abraço!

Thaise de Melo disse...

O blog tá diferente!
Foi a primeira coisa que eu pensei depois de tanto tempo sem aparecer por aqui.
Gostei dos contos =)
Legal voce começar a escrever contos.
Percebi que voce anda mais esotérico também, lembrei dos tempos que eu estudava wicca. ^^

Bem, moço, parabéns.
Beijos e fica em paz.

gregor disse...

Na maioria das vezes, nos preocupamos com o que já perdemos, quando devemos nos preocupar em algo para NÃO perder

skitnevsky disse...

De verdade, eu curti muito! parabéns, continue assim :D

Nando! disse...

Adoro o Mar...Ele me renova mtooo!

Pablo Magno disse...

Texto legal, blog muito interessante!

Abraço!

De uma sacada no http://onlydsky.blogspot.com/ não vai se arrepender...

joão victor borges disse...

Quando Miro Vai à Praia.

http://anpulheta.blogspot.com

Olha Isso disse...

Sempre inspirado a todo tempo bacana demais