terça-feira, 2 de agosto de 2011

Continuar

 A tempestade vem longe, negra, horripilamente; mas ainda não é hora de abandonar o barco. O mar treme, as ondas aumentam, raios cortam o céu; mas ainda não é hora de desespero. Espere a tempestade chegar. O motor começa a falhar, as luzes começam a piscar; mas ainda não é hora de chorar. A tripulação enlouquece, o casco racha; mas ainda não é hora de pular. Os passageiros se matam, o barco afunda; mas não pode se afogar. Procure um pedaço de madeira, espere, beba água dá chuva; será difícil, mas ainda não é hora de morrer. Nade até a ilha mais próxima. Descanse, ore, agradeça o ar, o sol e a chuva; nunca é hora de praguejar. Faça um sinal com pedras, um sinal de fumaça, um sinal telepático; ainda não é hora de se ocultar. Construa uma jangada, um barco, um dirigível; ou construa uma casa, uma varanda, habite a ilha. Talvez alguém tenha sobrevivido com você; erga seu país, sua civilização.

2 comentários:

Lú Rapozzo disse...

nossa muito bom *-*
vou colocar em meu blog !

beijuxxx
;**

Gabi. disse...

lindíssimo ruizinho!