domingo, 27 de julho de 2008


Numa quinta, num bar da Lapa, conversei com uns amigos comunistas, analisando se certas letras são de esquerda ou de direita. Falamos sobre Engenheiros, Los hermanos, Chico Buarque, Gilberto Gil, Planet Hemp, Gabriel o Pensador,...

Antes de tudo, o informe:
Na última quinta, dia 24 de julho, fui assistir um haitiano – não lembro o nome – falar sobre as tropas brasileiras no Haiti. Contarei um pouco do que ouvi, do que me lembro. Vou contar em ordem cronológica, apesar de não ter sido feito assim; desculpem-me pela imprecisão nos relatos.
O Haiti foi composto por escravos de diversas partes da África, isso, claro, com o objetivo de enfraquecer qualquer tentativa de revolta, pois, com os escravos falando línguas diferentes, tendo costumes diferentes, com maior dificuldade promoveriam uma revolta unificada.
A rotina era bárbara; os escravos trabalham das 4 da manhã até as 11 da noite, de domingo a domingo.
Apesar da repressão, os escravos rebelaram-se e expulsaram os senhores; foi o único país das américas a torna-se independente pelos escravos, todos os outros se livraram da metrópole através dos colonos.
Franceses, Ingleses e Espanhóis lançaram ofensivas na tentativa de voltar a escravizar o Haiti; todos fracassaram.
Posteriormente, o Haiti ajudou na independência de outros países, cedendo território para encontros, homens e armas, mas com a promessa que os escravos das colônias libertas seriam libertados.
No encontro do Panamá, os norte americanos exigiram que o Haiti fosse proibido de participar do encontro, e impuseram ao Haiti um bloqueio econômico que durou 60 anos. Neste momento, nasce uma elite haitiana, que fez um acordo secreto com a França para furar o bloqueio, em troca do pagamento de pesadas indenizações, que, claro, sempre é paga pelo povo.
O Haiti, hoje, sofre a conseqüência de anos de disputas internas, e manipulações das grandes potências. Podemos dar alguns exemplos dessas manipulações.
O Haiti que um dia foi o maior produtor mundial de açúcar, teve suas indústrias açucareiras compradas por empresas estrangeiras, que destruíram toda a indústria e as plantações, e hoje, o Haiti importa 100% do açúcar consumido.
O porco sempre foi importante para a alimentação do povo haitiano. Inventou-se uma doença nos porcos, foram todos mortos, e depois, descobriu-se que não havia doença, mas já era tarde.
Numa certa região, foi aplicada na população uma vacina, que diziam ser antitetânica; depois de 3 meses, as mulheres começaram a ter problemas na menstruação, e os homens não conseguiam ejacular; depois de 6 meses, as mulheres grávidas começaram a perder seus bebês. Era uma vacina esterilizante. A população pediu que as autoridades tomassem uma providência, e ouviram como resposta, que qualquer punição poderia afastar os investidores estrangeiros.
Sobre as tropas brasileiras, elas não estão lá para levar a paz, mas sim com objetivos econômicos. Estão sendo criadas, no Haiti, áreas francas, para a construção de indústria têxtil, que vai utilizar a mão-de-obra, que é baratíssima, por conta da miséria. Vale lembrar o vice-presidente do nosso país, José Alencar, é dono de uma grande indústria têxtil, que vai se instalar no Haiti.
Quando o Lula foi ao Haiti, em 2004, levar a velha político do pão e circo (seleção brasileira), foi recebido com festa; quando foi fazer uma visita recentemente, foi recebi com protestos, que foram duramente reprimida pelo exército. Todos os protestos contra a alta dos preços dos alimentos foram duramente reprimidos. Qualquer de opinião contraria a do comando central, é duramente reprimida.
Vale lembrar, que o Brasil faz papel de lacaio. O comando central é composto por um brasileiro que comanda as tropas, um uruguaio, que é o segundo na linha de comando, e 18 conselheiros americanos.

Enfim, já escrevi demais, no próximo post, as análises feitas, as conversas, as músicas...

5 comentários:

Jonatas Fróes disse...

Putz, que desumano esterelizar a população dessa maneira. Seria muito mais adequado ensinar e insentivar a utilização de preservativos para combater a alta taxa de natalidade. Essa atitude pode comprometer toda uma geração... Ninguém sabe quais efeitos colaterais além da castração podem ocorrer.

Vejo coisas sobre o Haiti constantemente. É um lugar horrivel por culpa das guerras e de quem os governa, mas tem um povo muito bonito e simpático. É uma pena sofrerem tanto por causas que não defendiam...

[]'s

http://musica-holic.blogspot.com/

Anônimo disse...

conhecia ua parte da historia do haiti, é duro o que os franceses fizeram, lembro que meu prof ate comentou que os portugueses foram mais justos conosco quando escravaizavam

a questao do braisl la é politica, quer crescer no ONU nada mais.

mas la tbm precisa de ajuda, so que nao a que tem e do modo que tem sido feito

Ana Clara F. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Clara F. disse...

Muito legal esse texto , não ouço muito sobre o Haiti mas aachei muito iteressante isso e triste tmb .
Muito bom seu blog

Beijo

Thaise de Melo disse...

Nossa, as vezes é chocante lembrar que sempre tem um porque a mais por traz de toda e qualquer atitude tomada por todo e qualquer governo, e é mais chato ou constrangedor ou incômodo, não sei, saber que não posso fazer nada. Vem um pesar.

Abraços moço.