sábado, 29 de dezembro de 2012

Carta Para Beth. O Sorriso.



Como prometido, aqui está o presente. Não é necessariamente de natal, mas um simples agrado.
Sem ter muito o que falar de uma pessoa que pouco conheço, que encontrei apenas duas vezes, em poucas palavras tentarei falar de algo que me chamou atenção: Seu sorriso.
Você tem um sorriso bonito, leve, contido, carismático. Um sorriso levemente puxado para direita, e isso é tão charmoso. Teu sorriso é simplesmente belo, encantador.
Alguém na ilusão da vida facilmente acharia que sua  vida sempre foi de flores, tão é a calma e que emana do seu sorriso. Talvez a calma seja um extra que veio junto do maior presente que você já recebeu: tua filha. Deve ser ela a escultora do magnífico sorriso; que grande artista você tem.
Mas pode ser que não seja nada disso. Seu sorriso pode não ser belo e nem encantador, pode nem ser levemente desviado para direita, pode o seu sorriso ser comum e eu estar apenas delirando. Pode ser.
Porém,  aqui, no meu mundo imperfeito, nas minhas fantasias, seu sorriso é mágico.
Agora esqueça está minha pequena viagem, apegue-a de tua memória, deixe-a gravada somente no subconsciente.
Vamos ao protocolo.
Desejo a você um feliz natal e um prósporo ano novo. Que o natal, época de ar triste e reflexivo, faça sua vida renovar. Que você seja uma pessoa melhor, que faça mais bem a outras pessoas e não perca nenhuma avaliação, rs.
Nas próximas cartas falarei sobre teus olhos, seu andar, seu rosto e voz, etc.
Darei corda aos meus devaneios
Beijos, com carinho, Rui.

                                                               Dezembro de 2012.

“nos interessa o que não foi impresso
                e continua sendo escrito à mão”

domingo, 9 de dezembro de 2012

Vazio Itinerário

Eu sonhei
Mais uma vez fraquejei
Quis chegar
Vi setas em tudo
Pobre sortudo
Fui me cegar

Pensei ver a luz
Engano que seduz
Foi só confusão
Em cada tocar
Só fiz focar
Minha ilusão

Então despertei
Bem que tentei
Mas o chão esvaiu
Desnorteado
A dor de calado
Não me redimiu

Procurei entender
Pude aprender
Minha eternidade
Um caminhar solitário
Vazio itinerário
Minha realidade

terça-feira, 6 de novembro de 2012

6 meses de Anne


Anne e sua pele bege
Facilmente se elege
Das minhas musas, a que me faz poeta
Anne de luz e beleza
Ás vezes um ar de duquesa
Ás vezes, simples borboleta

Anne e sua pele esticada
Sua barriga crescida
De mágica, são seis meses
Anne produzindo luz
Seus dias são azuis
Veja seus amigos felizes

Unhas coloridas
Pessoas doloridas
Por dobrarem o pescoço
Estes não mais doem
A barriga os atraem
É tanto alvoroço

Elego a foto
A que mais gosto
Onde a menina floresce
Na barriga, tanta luz contida
Vivendo o mistério da vida
Anne, sua vida amanhece

Flores são plantadas por tua menina
Te faz soprar uma vida leve, amena
Sua vida florida por Deus
Bela juventude a tua
O universo na tua vida atua
Desfrute os dias teu

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

sobre amor, dores e voos

Conheço manchas que não saem com água e sabão. Tenho arrependimentos permanentes, saudades insanáveis e um mundo inteiro de ausência impossível de ser mensurada. Sei de coração batendo descompassado por fome de olhar certa face. Sei de dor mais doída que corte no dedo. Sei de espinho que fura a alma e rasga mais que acúleo de flor...
Tenho conhecimento de causa de dor de gente. E dor de gente não é menos importante que crise mundial. De verdade? Crise pessoal assusta bem mais! Já tropecei nos meus medos, já cometi desatinos por um sorriso. Mentira! Cometi desatinos pel(o) sorriso, assim... Com artigo definido. Como era definida minha adoração: O moço, O sorriso, O canto. Porque no princípio era verbo e o verbo virou sujeito e o sujeito adjetivou tudo.
Conheço de significação. De olhar brilhando e musica. Como uma peça de teatro que nos põe a chorar, rir, emociona e tumultua. Também conheço de fim de peça, quando caem as cortinas e temos aquele turbilhão dentro de nós pra levar pra casa. É coisa que não cabe dentro da gente. Desse modelo é dor de amor partido. Digo partido. Não acabado.

Isso que brota dentro da gente e qualifica outro ser. Isso que nos faz querer bem acima até do nosso bem. Isso que simplifica o outro até que ele seja apenas aquele que cabe perfeitamente dentro da nossa alma, mesmo com os defeitos dele... Não morre não. Não morre é nunca!
Mas amor, amor é pássaro alimentado de céu. E quando não lhe é dado céu ele parte inversando o infinito. Voa por lembranças de céu azul, viaja pela saudade, pousa no que lhe foi tirado. E fica ali, nesse lugar apertado. Causando uma dor danada a um coração imenso. Com tanto espaço, ele teima de se enfiar no lugarzinho mais secreto, que é pra gente não saber por que dói.
“Por que dói se o amor morreu?” “Por que dói se já foi embora?” “Por que dói se acabou?”
Dói porque tá guardado.
E eu de pensamento simples, porém incompreendido. Penso nos meus arrependimentos: Um beijo que não foi dado. Um encontro que não aconteceu. Uma canção não cantada... Das coisas que fiz por amor, por mais loucas que tenham sido, não tenho arrependimento. Fiz pelo pássaro! Quis lhe dar o infinito pra que povoasse minha alma inteira. E povoou! Pena não ter recebido o mesmo céu.
Às vezes me apercebo de certa dor me apertando toda. Procuro no corpo razões de ser e não encontro. Sabe sapato apertado que causa calo? Pois é assim. Percebo minha alma aos calos. Quando finalmente me pergunto o porquê desse desassossego sofrido, ouço um bater de asas, vejo um voo modesto. O amor me mostrando que mesmo fingindo que ele não existe, está ali! Então quando eu o olho, volta pro seu canto guardado e partido.

Tenho manchas que não saem com água e sabão (Graças a Deus!), tenho saudades, fomes e dores. Mas arrepender não me arrependo não. E ainda que me arrependesse, digo sem titubear:

Quem dera todo meu arrependimento nessa vida fosse por amor e amar!...
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texto do blog reticências, da grande escritora Juliana Lira

 http://www.reticenciando.com/

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Mari Beija-Flor do Mar

M ari beija-flor do mar
A mena manhã descansando num pomar
R egozija-se com o canto do pássaro
I rradia alegria com um brilho raro

B rilham em suas costas três tesouros
E spelham Órion com seus raios duradouros
I nigualáveis estrelas repousam no corpo de oceano
J az ali mais um olhar profano
A inda que eu gritasse com muito vontade:
Neste verso livre quero minha atenção livre
F atalmente seria inutil, o que causa perplexidade
L isonjeado alguém seria se fosse um planta
O u uma árvore, uma flor que um pássaro encanta
R estando, então, somente escrever

D escrever um pássaro mar que ninguém pode prever
O nde a natureza agradece a dávida recebida

M ística menina, anjo verde de felicidade florida
A nima  terras, luas, estrelas e o sol
R iso cósmico que parece um farol

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Reticências

Menina sensível
Almejando o quase impossível
Posso ver tuas dores
Teus riscos são belos
Posso sentí-los
E cheirar suas cores

Em cada carta virtual
Um verso sobre o qual
Alguns espelhos podem ver
Outros nada veem
Não concordam ou não compreendem
Em teus versos não podem viver


Ah, os elogios que te oferecem
As pedras que te entristecem
São todas coisas vãs
Só o amor é tua dor
Te faz voar como um condor
Vivifica teus amanhãs

Continue a cantar
Não pare de encantar
Suas histórias são necessárias
Sua escrita dá vida
A uma história escondida
Histórias imaginárias

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Going to California ( Led Zeppelin)

Gastei meus dias com uma mulher indelicada,
Fumei meus bagulhos e bebi todo meu vinho.
Decidi fazer um novo começo,
Indo para a Califórnia com uma dor no meu coração.
Alguém me disse que há uma garota por lá
Com amor em seus olhos e flores em seu cabelo.

Arrisquei minhas chances em um grande avião a jato,
Nunca os deixe dizer que elas são todas iguais.
O mar estava vermelho e o céu estava cinza,
Eu me perguntava como o amanhã poderia seguir o hoje.
As montanhas e os canyons começaram a tremer e sacudir
Conforme as crianças do sol começavam a despertar

Parece que a ira dos Deuses
Tomou um soco no nariz e começou a sangrar
Acho que talvez eu esteja afundando
Me jogue uma corda, se eu alcançá-la a tempo
Eu te encontrarei lá em cima onde o caminho
Segue reto e pro alto

Encontrar uma rainha sem um rei
Dizem que ela toca violão e chora e canta la la la
Monto uma égua branca nas pegadas da alvorada
Tentando encontrar uma mulher que nunca, nunca, nunca nasceu
De pé em uma colina na minha montanha de sonhos
Dizendo a mim mesmo que isso não é tão difícil, difícil, difícil quanto parece

domingo, 22 de janeiro de 2012

Mergulho

   E enquanto ela cantava, ele olhou seus lábios finos, seu batom azul. Então tudo escureceu, nada via além do bailar dos lábios. O silêncio era quase total, não ouvia mais o falatório ou a música alta, só podia ouvir a melodia azul da sereia, princesa ou fada; esta parte ainda não estava clara. Logo a melodia foi ficando distante até o silêncio se tornar completo. Nada existia, o mundo se resumia ao seu olhar fixo em um par de lábios azuis dançantes. Permaneceu ali por muitos séculos, muitas eras, mais tempo do que a idade da terra, mais tempo do que muitos poderiam imaginar.
   Finalmente, o espetáculo cessou. Foi como se despertasse de um sonho ou como se entrasse em um leve sono - não me arrisco a definir onde está a realidade.
   Alegremente, fitou os pequenos olhos azuis, provocantes, enigmáticos. Tudo começou a escurecer novamente. Uma piscada providencial e ele voltou a si. Teve certeza de que era uma sereia, pois esta leva a grande fama de hipnotizadora.
   Precisava dizer algo antes de mergulhar novamente na imensidão do tempo. Segurou-a em um dos dedos e disse:

   - Sabe quando ficamos diante de um mar azul? Um mar puro, vivo, tranquilo, de um brilho raro, invejado por qualquer pedra preciosa. Acima, um céu limpo, sem nuvens, irradiante; um céu tão profundo que parece tocar o infinito. Lá longe o mar e o céu se tocam, uma beleza mágica. Para quem sabe encontrar é a entrada de uma cidade sagrada, celeste. Vejo-me enfrente a este mar. Anseio banhar-me, mergulhá-lo -  um breve aprendizado para o maior mergulho de todos: o na nossa própria alma. Porém, não sei se posso. A água pode estar fria para mim, talvez eu congele ao tocá-la. Podem ser águas sagradas, não sendo permitida a minha entrada, sendo vedada a profanação.

   A moça suspirou, soltou um leve riso e falou:

   - O Sol brilha forte, ele é teu protetor, teu guia, teu amigo; nunca deixará que um inverno rigoroso te alcance, jamais permitirá que congele; para isso, basta seguir seus ensinamentos, basta reverenciá-lo
. A água está agradável, acolhedora. Este mar não é sagrado, é profano como os homens; e mesmo se fosse sagrado, o Sol afastaria temporariamente teus pecados para que você pudesse repousar. O mar te espera, banhe-se. Talvez você ande perdido e o mar pode te ajudar a se encontrar; se o mar é tão tranquilo como descreve, levará um pouco de paz à tua alma, e assim, você ajudará a salvar um pouco o mar. Mergulhe!